sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Por um 2012 ainda mais colorido

Por Nanni Rios*



Se eu tivesse que escolher uma palavra para definir o lado gay de 2011, esta palavra seria VISIBILIDADE. E encho o peito para listar os motivos.

2011 foi o ano em que a necessidade óbvia da legalização do Casamento Gay chegou ao Supremo Tribunal Federal, que é a mais alta instância do Poder Judiciário no Brasil. Ou seja, se tem alguém que manda de verdade nesse país, são eles. No mundo dos mortais, o sistema judiciário é lento e errante, mas lá no STF o papo é reto. Os ministros não perderam tempo com mimimis religiosos ou moralismos baratos. Tanto que se alguém fizer uma nuvem de tags daquela sessão do dia 5 de maio, as maiores palavras seriam: AMOR e FAMILIA. Simples assim.


Quem teve paciência para acompanhar a interminável votação com placar favorável ao Casamento Gay não teve outra saída senão deixar a emoção tomar conta, se enrolar numa bandeira do arco-íris, estourar um champanhe e sair pela rua brindando com quem encontrasse pelo caminho. Pelo menos foi o que eu fiz :)

Mesmo os que são solteiros convictos, que não sonham em casar e ter filhos, têm muito a comemorar. O debate no STF foi a prova definitiva da nossa VISIBILIDADE. Afinal, o Olimpo do Poder Judiciário não se ocuparia com uma questão se ela de fato não profanasse outras questões (literalmente) sagradas. Quando os ministros disseram SIM, ganhamos o direito de ser felizes para sempre. Diante do crucifixo que orna a parede da sala de reuniões do Supremo, nós tivemos a nossa cidadania plenamente reconhecida. Será que era pedir demais?


Que as palavras sensíveis do ministro Carlos Ayres Britto (foto acima) ecoem no coração dos nossos deputados, pois lá no Congresso, onde os interesses públicos ficam ao rés do chão, as bancadas evangélicas, ambientalistas, ruralistas e dadaístas (!) tiram no palitinho pra decidir quem se trumbica mais. A esperança é Jean Wyllys e sua “corja” de avant-gardes, mas que infelizmente não conseguem ir muito longe sem o apoio dos colegas.

Quem em 2012, o Brasil não seja só verde, anil e amarelo, que o Brasil também seja cor-de-rosa e carvão! Ainda há muito o que fazer, mas já dá pra estourar mais um champanhe para comemorar tudo o que foi feito :)


*Nanni Rios é jornalista, nerd, boêmia, pseudo-cult, taurina-com-ascendente-em-escorpião-e-lua-em-gêmeos e gay. Todas as terças, às 23h, apresenta o Programa Gay na Ipanema FM.

extraído de http://facool.com.br/

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