sexta-feira, 30 de março de 2012

Homofóbicos têm desejo sexual pelo mesmo sexo? Cientistas dizem que sim

Por Thiago Perin



É ciência. No caso, a constatação de um estudo lá da Universidade de Georgia, nos EUA. Tudo bem, a pesquisa é de 15 anos atrás, mas, em vista de toda a discussão que tem rolado a respeito do casamento gay, da criminalização da homofobia e por aí vai, comentá-la ainda é relevante. “A homofobia está aparentemente associada à excitação homossexual“, apontam os pesquisadores, “que o indivíduo homofóbico desconhece ou nega“.

Antes de tudo, os especialistas perguntaram a homens heterossexuais o quão confortáveiseles se sentiam ao redor de homens gays. Com base nesses resultados, dividiram os voluntários em dois grupos: os que exibiam sinais de homofobia (com 35 participantes) e os definitivamente não-homofóbicos (neste, eram 29, no total). Aí começou o teste.

Todos os homens foram colocados em salinhas privativas para assistir a vídeos “quentes”, de quatro minutos cada: um mostrava cenas de sexo entre um homem e uma mulher; outro, entre duas mulheres; e o último, entre dois homens. Enquanto a sessão se desenrolava, umaparelho, ligado ao pênis de cada participante, media o nível de excitação sexual de cada um. A engenhoca, segundo os cientistas, era capaz de identificar a excitação sexual sem confundi-la com outros tipos de excitação (como nervosismo ou medo).

Eis os resultados: enquanto assistiam aos vídeos de sexo heterossexual ou lésbico, tanto o grupo homofóbico quanto o não-homofóbico tiveram “aumento da circunferência do pênis”. Em outras palavras, gostaram do que viram. Mas durante o filminho gay “apenas o grupo homofóbico exibiu sinais de excitação sexual“, afirma o estudo. Pois é, eles até disseram que preferiam manter distância dos gays. Mas, opa, seus pênis contaram outra história.

Quer conferir o estudo completo?  Dá uma olhada aqui.
E vocês, o que acham disso? Lembrando que essa é uma constatação puramente científica, despida de qualquer viés político, hein, gente?

Texto extraído de http://super.abril.com.br

quinta-feira, 29 de março de 2012

Os sonhos e os pesadelos na infância e adolescência de homens transexuais

Por Neto Lucon / revista Junior. 


Cena do filme Tomboy. Garoto estava no corpo de garota.


Para a família, o universo cor-de-rosa estava traçado desde a maternidade. Mas nos primeiros anos de vida, um universo azul-claro desbotou as bonecas, os vestidos e trouxe uma afirmação inesperada na preparação do oitavo aniversário: Natália S. não queria uma festa com decoração de princesa. O motivo?Ela garantia ser um menino. De cabelos curtos e roupas folgadas, a garota não foi levada a sério pelos pais _ “era apenas uma menina que gostava de coisas de garotos” _ até que a afirmação começou a ser visível nas atitudes. Levada a uma psicoterapeuta, os pais se viram diante de um possível caso de transexualidade. Agora eles buscam a “cura”.

UM A CADA 100 MIL


Menos visíveis que as mulheres trans, os homens transexuais muitas vezes estão escondidos na caixinha nomeada “lésbica” e vivem um sofrimento sem nomes. No ano passado, o militante Chaz Bono, o filho da cantora Cher, assumiu a transexualidade aos 41 anos. Antes ele era visto lésbica e garantia não ser completo. 
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Em Campinas, interior de São Paulo, a história se repete. Até os 18 anos, o estudante Samy Samassaera visto apenas como uma mulher que gostava de mulheres. Após fugir de casa, voltar, ter crises e ir a uma psicóloga, ele teve a revelação iluminadora: “você é um homem transexual.” “Nesse momento foi tirado um peso das minhas costas”, recorda o jovem, que aos 19 obteve um laudo de transexualidade e começou a usar faixa para esconder os seios. Era o início de sua felicidade e o começo dos maiores problemas familiares.
Há 20 anos trabalhando com pacientes transexuais, a psicóloga Angélica Soares, também especializada em violência contra crianças e adolescentes na USP, afirma que a reação dos pais nestes casos geralmente é a pior possível.
“A família busca o especialista para convencer a criança ou o adolescente de que isso é errado, que ele mude de ideia. Realmente é difícil aceitar que a menina não é mesmo uma menina. Mas tentar mudar isso a todo custo é uma luta insana”, frisa a psicóloga. 
Ela pondera ao informar que apenas 5% das crianças com disforia de gênero são de fato transexuais, mas alerta que isso nem sempre é uma fase. “Pesquisas apontam que existe um homem transexual a cada 100 mil mulheres”, argumenta.
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NÃO LIGAVA EM GANHAR BARBIES. EU AS NAMORAVA


De cabelo moicano e piercing no nariz, Samy emposta a voz, anda de pernas abertas e chama a atenção das mulheres. Poucos desconfiam de seu passado e dos documentos femininos. Às vezes é visto como um adolescente gay, jamais como mulher. Segundo ele, o pensamento e o comportamento masculinos são nítidos desde a fase escolar. 
“Eu sempre estava na fila de garotos, não me sentia bem por entrar em banheiro feminino, e adorava ficar sem camiseta. A direção falava para eu me comportar como menina, mas eu agia normalmente.” afirma. Nas brincadeiras, preferia as pipas e os carrinhos do irmão mais velho. Porém, esperto e com uma imaginação fértil, ele não encarava as Babies como rivais. Elas eram suas namoradas! Não era raro flagrá-lo beijando “suas esposas” pela casa.
“Tenho essa consciência desde os quatro anos”, garante ele, que prova com fotografias o desgosto pelo universo feminino. “Nesta foto, estou chorando porque minha mãe colocou um vestido”, aponta. Outro momento que destaca é quando fingia se barbear. “No banheiro, com 12 anos, eu passava o creme de barbear no rosto. Mesmo sem pêlo nenhum, eu sentia bem fazendo isso. Era como se fosse me tornar menino.”. 



Sammy: Tenho consciência que sou homem desde os quatro anos

BATIA NOS MENINOS PARA ME SENTIR HOMEM


“Minha infância foi traumática. Aos seis anos, eu sequer andava e raramente falava”, afirma o guarda municipal e estudante de direito Regis Vascon, homem transexual de 38 anos. 
“Se eu não passasse por tantas coisas, hoje eu poderia ser uma pessoa muito melhor”, garante. Com uma estrutura familiar de pilares frágeis, Régis conviveu na infância com um avô agressor, uma mãe de pouco diálogo, ensino tardio e muito medo. “Eu me sentia diferente, pois sabia que não era igual às meninas. Mas não conversava a respeito por medo de as pessoas pensarem que eu era louco”, declara. 
Na escola, Regis virou motivo de chacota pela aparência masculina e tornou-se agressivo. “No 1º colegial, adorava bater nos meninos que faziam piadas sobre mim. Parecia que eu reafirmava que era homem quando eles apanhavam. Sentia que era mais homem que eles, entende?”
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ADOLESCÊNCIA E HORMÔNIOS


Adolescência. Flertes. Namoros. Explosão de hormônios... FEMININOS! Algo desesperador para qualquer homem transexual, que se vê diante de seios crescentes e questões extremamente femininas como a menstruação. 
“Passei os 14, 15 anos sofrendo. Quando tive minha primeira menstruação fiquei um ano e meio sem contar para ninguém. Eu morria de vergonha”, declara Samy. 
Na adolescência de Regis, as amigas balançavam seu coração, mas... “se apaixonavam pelos nossos amigos, os homens.” Com uma raiva impronunciável _ Regis também não tinha consciência de sua transexualidade, era definido como lésbica _ ele abandonou talvez o seu maior dom: a arte de desenhar. 
“Era um adolescente rebelde, mas tinha o dom de trabalhar com paisagismo. Cheguei até a ganhar uma bolsa e colocava tudo em um varal no meu quarto. Em um dos excessos de revolta, rasguei todos os desenhos. Isso me marcou muito e, daquele dia para cá, nunca mais desenhei na vida”, lamenta.. 


Regis só se descobriu homem transexual aos 33 anos 
 
É UM MENINO MESMO?


“O principal tratamento familiar nos casos envolvendo transexualidade é o luto”, declara a psicóloga Angélica. “O pai deve, sim, encarar a perda de uma filha. Mas por outro lado, vai ganhar um filho”, argumenta. 
Ela não aconselha a incentivar na infância a mudança total de gênero, pois há a possibilidade de ser uma fase. “O que os pais podem oferecer são opções: colocar uma roupa de menina e uma roupa de menino, deixar que ela escolha. Também temos que ter em mente que existem mulheres masculinas e isso não faz delas transexuais.”
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Assim como em muitos lares, a mãe de Regis fazia vistas grossas. Em alguns momentos, até reclamava – “Você só usa roupa de homem, só traz mulher para casa, tem alguma coisa errada” – mas saía de fininho todas as vezes que ele tentava conversar. 
Até que pegou o filho com uma namoradinha na cama e o obrigou a ir à Igreja Batista “expulsar o demônio”. Com tanta pressão, Regis fez as malas saiu de casa. Aos 33 anos descobriu-se transexual, casou-se e, hoje, planeja ser juiz.
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NA LUTA


Samy ainda peleja os dilemas familiares. “Com 16 anos, entrei em depressão e quis me matar. Já saí de casa, voltei e hoje, aos 20, como o pão que o diabo amassou”, revela. 
Na escola, porém, ele conseguiu o direito de ir ao banheiro masculino. Atualmente trabalha como atendente da Faculdade Anhanguera e faz faculdade para ser assistente social. Lá, depois de algumas brigas, ele finalmente conseguiu ser reconhecido como sempre sonhou: um homem 
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“A maior alegria é ter o corpo acompanhando a mente. E, claro, ser reconhecido como tal”, finaliza. 


Shiloh afirma ser um menino 

FILHA DE ANGELINA E BRAD AFIRMA SER MENINO

Com quatro anos, a filha do casal Angeline Jolie e Brad Pitt, a pequena Shiloh, afirma ser um menino. “Ela gosta de se vestir como um garoto, quer ser um garoto. Nós temos que cortar o cabelo dela, pois ela pensa que é um dos irmãos”, disse Angelina. 

O pai Brad, em entrevista à Ophah Winfrey, concordou com a esposa e chegou a dizer que a filha só respondia quando a chamavam de John. “Se eu digo: Shi, você quer... ela me interrompe e diz “John. Sou John.” “Então eu digo: 'John, você quer suco de laranja?' Aí ela responde: Não!

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Para quem puder e quiser olhar algo sobre a temática sugerimos o Documentário "Questão de Gênero" de Rodrigo Najjar



Questão de Gênero acompanha, Durante hum Ano, a Vida de Sete PESSOAS Que, in Comum, ma o Sentimento de Que nasceram in hum Corpo Que nao era Seu. Homens Que nasceram Mulheres, Mulheres Que nasceram Homens contaminação Como si só descobriram Transexuais e Como Viver buscam in SUA Verdadeira Identidade de Gênero. A Luta parágrafo Serém aceitos Pela Família e Pela Sociedade, o Tratamento hormonal, uma Cirurgia de redesignação sexual ea Batalha judicial Pela Troca do nome é fazer sexo sem Registro Civil de São alguns dos obstaculos Que Transexuais temperatura Que Superar. O documentário Mostra OS Sonhos, Alegrias, dramas e Transformações vividos POR essas Sete PESSOAS Que lutam parágrafo Superar preconceitos, Conflitos e Barreiras los Busca de UMA Vida Mais Feliz.Direção, Roteiro e Produção: Rodrigo Najar Dir. de Fotografia: Elton LuzProdução e Edição: Temis Nicolaidis

terça-feira, 27 de março de 2012

CANDIDATA A MISS UNIVERSO CANADÁ É DESCLASSIFICADA POR SER TRANSSEXUAL

A direita na foto a candidata Transsexual

A bela Jenna Talackova foi desclassificada do concurso Miss Universo por ter nascido homem. A candidata de 23 anos foi convidada a deixar o concurso do Miss Universo Canadá depois que os jurados descobriram a origem dela.
Jenna começou o tratamento com hormônios, para mudar de sexo, com 14 anos. E foi submetida à cirurgia em 2010.
- Tudo o que eu posso dizer é que eles me desclassificaram porque eu não nasci “naturalmente” - disse a canadense, em entrevista ao Vancouver Sun.
Jenna disse em entrevista que a desclassificação não tinha sentido, porque ela sempre se sentiu mulher. Acrescentou ainda que era uma questão de “direitos humanos”.
Os organizadores do evento acreditam que foram enganados pela modelo, que não contou nada sobre ter nascido homem.
Segundo informações do jornal Mirror, a atual Miss Universo Canadá, Denis Davila, saiu em defesa do concurso.
- Ela se sente como uma verdadeira garota, e é uma verdadeira garota. Ela não esperava que as pessoas pudessem questionar isso. Mas as regras do concurso são muito claras e não existem possibilidades de voltar atrás nisso - explicou Denis.
Ego

segunda-feira, 26 de março de 2012

Para refletir - Pessoas Trans merecem respeito!!!

Enquanto o preconceito for levado na brincadeira ele segue vivo e se renovando diariamente. Nesta tarde foi discutido nas redes sociais sobre um posicionamento errado de uma torcida de time de futebol que achou certo em postar uma brincadeira, visando atiçar outro grupo de torcedores na rede social "facebook". A referida brincadeira iniciava-se diante de um dos times ter ganho uma esquina da cidade de São Borja/RS em homenagem a torcida, hoje pela tarde quando um dos representantes da ONG mais precisamente Lins Roballo entrou na rede, percebeu a brincadeira que de certa forma ofendia um grupo especifico da comunidade LGBTT, vendo isso tomou parte da situação e fez suas colocações sobre o fato em defesa da comunidade.
"esse tipo de brincadeira foi muito preconceituosa a uma classe que dia a pós dia sofre retalhações por ser "diferente"... deveria ter pensado, temos em são borja muitas travestis das quais quase todas são trabalhadoras, estudantes, funcionárias de empresas e tem suas profissões... e mesmo que fossem prostitutas não lhe dá de forma alguma o direito de ter esse tipo de atitude..." (Lins Roballo) 
A referida brincadeira dizia que a esquina cedida a torcida serviria mais tarde para que "pessoas trans" "travestis" se prostituíssem, sugerindo que, "pessoas trans" somente são prostitutas, o que estigmatiza ainda mais um dos grupos que mais sofre com a violenta discriminação a questão de gênero, e a diversidade sexual. A referida discussão em momento algum foi voltada diretamente a pessoa em especifico que fez a imagem e reproduziu a brincadeira, mas a torcida toda, podendo proporcionar uma reflexão do ato, discutindo que atitudes como essas podem gerar agressões e brigas, e mais adiante podendo proporcionar que as "pessoas trans" sofram algum tipo de julgamento desnecessário, já que na cidade de São Borja existem inúmeras "pessoas trans" que não são garotas de programa.
em conversa com o menino que publicou a referida imagem, foi por ele assumida que a "brincadeira" foi de mal gosto, pedindo desculpas e retirando-a do ar.
"queria deixar claro q não tive intenção de ofender nenhuma pessoa com aquela foto, nem os colorados, foi uma brincadeira, pelo jeito mal pensada da minha parte, mas sem a intenção de magoar e ofender qualquer pessoa"(autor da imagem)
 Mais tarde o mesmo ainda se despôs a fazer parte de campanhas que mais tarde possam vir a ser voltadas a disseminação da politica anti-homofobia. 

O print com o comentário de Lins Roballo
na foto que tinha atitudes homofóbica.
Abaixo algumas justificativas postadas por Lins Roballo na rede social.

" violências nascem dessas formas de "brincar" com a vida alheia.... se era brincadeira porque não falar da mesma forma sobre os negros e publicar uma foto bem racista, porque é crime, porque não falar que os colorados são deficientes e postar uma foto de crianças com síndrome de down, porque é crime, porque não postar uma foto de mulheres agredidas, porque é crime!!! achou que podia postar algo com travestis e não se sentir como se tivesse cometendo um crime também???" 
A ONG, Girassol Amigos na Diversidade atua na defesa de todas as minorias sociais, repudiando qualquer tipo de atos preconceituosos, racistas, classistas e de gênero. Nossa politica é de defesa imparcial a todo o tipo de forma de descriminação e separatismos sociais, nossa missão é:

“Promover ações de saúde, sociais, culturais e educacionais, com a finalidade de promover o direito de inserção e acesso de grupos minoritários, proporcionando com a isso a defesa do direito das minorias sociais”.
E nossa visão é:
Luta contra o preconceito, discriminação e promoção do respeito às diferenças”.
Dessa forma, entendemos que de fato a nossa representante Lins Roballo tomou a atitude necessária para que fosse repensada a ideia da "brincadeira" proporcionando a reflexão do fato pelas partes, conseguindo demonstrar que o respeito a comunidade LGBTT faz-se necessária sim em todos os meios onde há um grande número de pessoas produzindo e reproduzindo pensamentos.

sábado, 24 de março de 2012

Primeira travesti a fazer doutorado no Brasil defende tese sobre discriminação

Luma Andrade descreve o preconceito sofrido por travestis na rede pública de ensino e aponta lacunas na formação de professores; defesa será em julho


Daniel Aderaldo, iG Ceará 24/03/2012 08:00 
Foto: Arquivo pessoal
            Luma, primeira travesti brasileira a 
              defender uma tese de doutorado
Antes de se tornar supervisora regional de 26 escolas públicas e ingressar no doutorado em Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luma Andrade assinou o nome João por 30 anos, foi rejeitada pelos pais na infância, discriminada na escola e, mais tarde, no trabalho.
Na tese de quase 400 páginas que irá defender em três meses, a primeira travesti a cursar um doutorado no Brasil relata a discriminação sofrida por pessoas como ela na rede pública de ensino. Ela também aponta lacunas na formação dos professores.
Criança nos anos de 1970, no município de Morada Nova, a 170 quilômetros de Fortaleza, o único filho homem de um casal de agricultores, era João, mas já se sentia Luma. Em casa, escondia-se para evitar ser confrontada. Na escola, apanhava dos meninos por querer parecer uma menina. Em uma das vezes que foi espancada, aos nove anos, queixou-se com a professora e, ao invés de apoio, ouviu que tinha culpa por ser daquele jeito.
Mais tarde, já com cabelos longos e roupa feminina, sofria de segunda a sexta-feira na chamada dos alunos, ao ser tratada pelo nome de batismo. Não se reconhecia no uniforme masculino que era obrigada a usar. Evitava ao máximo usar o banheiro. Aturava em silêncio as piadas que os colegas insistiam em fazer. “Se a travesti não se sujeitar e resistir, acaba sucumbindo”, lamenta.
Luma se concentrou nos estudos e evitou os confrontos. "Tem momento que a gente quer desistir. Eu não ia ao banheiro urinar, porque eu queria usar o feminino, mas não podia. Então eu me continha e, às vezes, era insuportável”, relembra. Mas ela concluiu o ensino médio e, aos 18 anos, entrou na universidade. Quando se formou aos 22, já dava aulas e resolveu assumir a homossexualidade. Quando contou que tinha um namorado, foi expulsa de casa. 

Em 2003, já com o título de mestre, prestou concurso para lecionar biologia. Eram quatro vagas para uma escola estadual do município de Aracati, a 153 quilômetros de Fortaleza. Apenas ela passou. Contudo, o diretor da escola não a aceitou. Luma pediu a intervenção da Secretaria de Educação do Estado e conseguiu assumir o posto.

“Eu não era tida como um bom exemplo”. Durante o período de estágio probatório, tentaram sabotar sua permanência na escola. “Uma coordenadora denunciou que eu estava mostrando os seios para os alunos na aula”. Luma havia acabado de fazer o implante de proteses de silicone. “Eu já previa isso e passei a usar bata para me proteger, esconder. Eu tinha certeza que isso ia acontecer”.
Anos depois, Luma assumiu um cargo na Coordenadoria Regional de Desenvolvimento de Educação de Russas, justamente a região onde nasceu. Como supervisora das escolas estaduais de diversos municípios, passou a interceder em casos de agressões semelhantes ao que ela viveu quando era estudante.
“Uma diretora de escola fez uma lista de alunos que, para ela, eram homossexuais. E aí mandou chamar os pais, pedindo para que eles tomassem providências”. A providência, segundo ela, foi “muito surra”. “O primeiro que foi espancado me procurou”, lembra. Luma procurou a escola. Todos os gestores e professores passaram por uma capacitação para aprender como lidar com a sexualidade dos estudantes.
Um ano depois, em 2008, Luma se tornou a primeira travesti a ingressar em um doutorado no Brasil. Ela começou a pesquisar a situação de travestis que estudam na rede pública de ensino e constatou que o caso da diretora que levou um aluno a ser espancado pelos pais e todas as outras agressões sofridas por homossexuais tinham mesma a origem.

“Comecei o levantamento das travestis nas escolas públicas. Eu pedia para que os gestores informassem. Quando ia averiguar a existência real do travesti, os diretores diziam: ‘tem aquele ali, mas não é assumido’. Percebi que estavam falando de gays”, relata.

A partir desse contato, Luma trata em sua tese de que as travestis não podem esboçar reações a ataques homofóbicos para concluir os estudos.
Mas também sugere que os cursos de graduação em licenciatura formem profissionais mais preparados não apenas para tratar da homossexualidade no currículo escolar, mas também como lidar com as especificidades de cada pessoa e fazer da escola um lugar sem preconceitos.
“Cada pessoa tem uma forma de viver. Conforme ela se apresenta, vai se comunicar e interagir. O gay tem uma forma de interagir diferente de uma travesti ou de uma transexual. O não reconhecimento dessas singularidades provoca uma padronização. A ideia de que todo mundo é ‘veado’”.
A tese de Luma já passou por duas qualificações. Ela está em fase final, corrigindo alguns detalhes e vai defendê-la em julho, na UFC, em Fortaleza. 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Estudante gaúcho agredido por ser gay pensou em se matar; aluno agressor foi afastado

Depois de fazer bastante barulho nas redes sociais, um estudante homossexual de 15 anos do Colégio Estadual Onofre Pires, em Santo Ângelo – RS, conseguiu denunciar a prática de bullying que vinha sofrendo.

Afastado há uma semana da escola, o estudante, que cursa o 1º ano do ensino médio, foi agredido por um colega de turma que sempre o provocava devido a sua orientação sexual. De acordo com a vítima, que registou boletim de ocorrência como lesão corporal na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), as provocações começaram depois que ele assumiu sua homossexualidade no colégio.

“Ele me deu uma rasteira e me derrubou no chão, começou a me chutar e a me dar socos. Peguei um lápis para me defender, pois ele ameaçou me dar uma facada. Se a diretora da escola não tivesse chegado para me socorrer, talvez isso tivesse acontecido. Tive ferimentos na perna esquerda e nos lábios. A orelha esquerda ficou um pouco deslocada e roxa. Naquela noite, fiquei muito mal e queria me matar. Tentei até cortar meus pulsos. Um dia depois, fui ameaçado de morte por outro colega na rua. Estou com muito medo”, relatou o estudante.

Em sua página pessoal no Facebook, o jovem chegou a pedir por socorro e a dizer que não quer entrar para as estatísticas de homossexuais mortos por homofobia.

“Antes que eu virasse mais um nas estatísticas de LGBT mortos, às vezes sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução seria me matar, por favor alguém me ajuda!”, escreveu.

De acordo com a Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (SERS), o aluno agressor foi suspenso pela direção da escola. “A escola já chamou o agressor e sua família informando que ele estava suspenso até quarta-feira (21 de março). Ele está sendo encaminhado a atividades didáticas e pedagógicas para que faça uma reflexão sobre a agressão que cometeu”, declarou Alejandro Jelvez, coordenador estadual dos comitês de prevenção de violência nas escolas da SERS.

Com este caso e mais tantos outros acontecendo pelo Brasil, torna-se um absurdo o próprio ministro da Educação, Aloizio Mercadante, dizer que “material didático não vai resolver no combate à homofobia”. Triste realidade.

Fonte: A Capa

Violência Gratuita - Adolescente gay de 17 anos é agredido em escola municipal de Vitória, ES.

por Redação MundoMais

Um jovem de 17 anos foi agredido por um colega de classe nesta quarta-feira (14), em uma escola municipal, no bairro Santo Antônio, em Vitória. O motivo da briga seria a orientação sexual da vítima.

O rapaz agredido é homossexual, e muito assustado contou como a violência aconteceu. Ele pegou a cadeira e jogou em mim e não satisfeito ele ainda tentou me agredir com a lixeira da sala de aula, contou o jovem, que não quis identificar-se.

A agressão homofóbica aconteceu na Escola Municipal Alvimar Silva, e os envolvidos são alunos do sétimo ano. Amigos da vítima tentaram defendê-la e chamaram a polícia. Todos os envolvidos foram parar no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória.

De acordo com testemunhas, além de agredir a vítima, o adolescente acusado de homofobia causou um verdadeiro tumulto no refeitório da escola. Segundo informações, o adolescente quebrou objetos e móveis da instituição de ensino.

O que revoltou os familiares da vítima é que, mesmo tendo o patrimônio destruído, a direção da escola ainda tentou abafar o caso. A direção é a lei dentro da escola, então eles teriam que ter tratado o caso com mais seriedade, falou a avó da vítima.

Nos braços do agredido ficaram as marcas da violência. Segundo o jovem, esta não é a primeira vez que ele é humilhado pelo agressor, por conta da sua orientação sexual. Ele afirmou que é perseguido e vive com medo. Ele já havia me ameaçado e disse que iria me bater, declarou.

O adolescente que cometeu a agressão tem apenas 15 anos. A mãe dele esteve na delegacia, mas não quis falar com a imprensa. Segundo informações do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, todos os envolvidos na agressão prestaram depoimentos e foram liberados, inclusive o menor acusado de cometer a agressão.

A Secretaria Municipal de Educação (Seme) informa que vai abrir uma sindicância para apurar o caso. A secretaria esclarece ainda que, quando há casos de agressão nas unidades da rede municipal de ensino, os pais dos envolvidos são chamados para conversar. Outras providências podem ser tomadas e, entre elas, até a transferência do aluno agressor.

Justiça Militar mantém condenação de casal gay; cabe recurso

FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA



O STM (Superior Tribunal Militar) condenou na terça-feira (20) Laci Araújo e Fernando Alcântara --casal de militares que se assumiu gay em rede nacional em 2008-- por calúnia e desacato.

Os crimes teriam ocorrido naquele ano, quando Laci foi preso por deserção pouco depois de conceder uma entrevista a uma rede de televisão em SP. O sargento denunciou ter sido torturado por militares a caminho do batalhão onde ficou detido. Para o Exército, houve intenção de denegrir a imagem da corporação. Ainda cabe recurso da decisão.

Os ministros do STM mantiveram assim a decisão de primeira instância da Justiça Militar. Araújo recebeu a pena de 1 ano, 3 meses e 15 dias de reclusão e Alcântara, de 8 meses de detenção.

Sete ministros votaram a favor da manutenção da pena; 4 foram favoráveis à redução e um magistrado votou pela absolvição do casal. Como o resultado não foi unânime, a defesa pode recorrer mais uma vez.

Alcântara afirmou que a decisão já era esperada, e disse que a defesa pretende recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). "A gente entende que existe uma predisposição para a condenação. A justiça militar se comporta na defesa dos interesses dos membros do exército", afirmou.


José Varella/Folhapress
O sargento do Exército Laci Marinho de Araújo (à esq.) e seu companheiro, Fernando Alcântara de Figueiredo
O sargento do Exército Laci Marinho de Araújo (à esq.) e seu companheiro, Fernando Alcântara de Figueiredo

segunda-feira, 5 de março de 2012

Semana da Mulher... Dia Internacional da Mulher...

Foulder da ONG


O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.

Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.

Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.

Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.


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Nossa agenda para a semana da mulher...

De segunda a quinta todos os dias as 18h30min na academia Companhia De Dança Mara Cabral tem a "Semana MulheresBonitas" com dicas de maquiagem, cuidado com corpo e cabelos, auto-estima, nutricionista e dança.

Na quinta-feira dia 08 de março as 14h em frente a prefeitura sai a primeira edição da "caminhada Lilás", promovida pela Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres de São Borja, sobre a organização da querida Magali Moreira, o evento segue toda a atarde até as 17 horas, com brindes, música, apresentações e outros.

Na quinta-feira dia 08 de março as 20h no jardim do Memorial João Goulat, tem um mega evento para encerrar essa semana. Shol Musical com Milene Belladona, esse evento organizado pela super competente Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Eventos, com as magnificas atividades propostas pela Viviane PimentaRaquel Iglessias e Carmen Iara Leal Corin, que vem dando um show de ousadia e competência demostrando que sim as mulheres sabem desenvolver e fazer coisas maravilhosas...  

FICAR EM CASA LAVANDO ROUPA NESSA SEMANA??? VEM SE DIVERTIR, CUIDAR DO CORPO, DA ALMA E DA MENTE, VEM PARTICIPAR E MOSTRAR A CARA, DEIXE EM CASA A ESPOSA, A MÃE E A TIA, E TRÁS COM VOCÊ APENAS A MULHER QUE É!!!

A ONG Girassol, Amigos na Diversidade apóia, ajuda e se faz presente em todos esses eventos... FAÇA O MESMO!

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Foulders e eventos em que a ONG estará presente


Companhia de Dança Mara Cabral

Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Eventos.

Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para
as Mulheres de São Borja
Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para
as Mulheres de São Borja

sábado, 3 de março de 2012

Paulete Furacão é a primeira travesti a assumir cargo na Secretaria de Justiça da Bahia

Paulete de vestido assumindo o cargo.
A coordenação do núcleo LGBT na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia (SJCDH) possui uma travesti no quadro de funcionários desde janeiro de 2012. Paulete Furacão é a responsável pela promoção de direitos LGBT. O secretário Almiro Sena disse no lançamento da campanha de mobilização nacional pelo combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, no último domingo (26), que Paulete é a primeira travesti que assumiu um cargo na secretaria. Além disso, a inclusão de um indivíduo transgênero, de acordo com Sena, trará um olhar de propriedade à causa da promoção da igualdade social.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pernambuco registra primeiro bebê in vitro filho de casal gay

Maria Tereza já completou um mês e tem o nome dos dois pais na certidão.
Mailton e Wilson Albuquerque mantêm um relacionamento há 15 anos.

Vitor TavaresDo G1 PE

Quando Maria Tereza veio ao mundo, no último dia 29 de janeiro, assim como quase todos os recém-nascidos, chorava muito, descontroladamente. As lágrimas da mais nova pernambucana só pararam de descer quando ela chegou aos braços de seus dois pais, Mailton Alves Albuquerque, de 35 anos, e Wilson Alves Albuquerque, de 40. Fruto de uma relação de 15 anos, a pequena foi o primeiro bebê brasileiro registrado pela Justiça filho de um casal homoafetivo masculino e concebido através de fertilização in vitro.

A decisão de Mailton e Wilson de terem um herdeiro aconteceu há dez anos, quando estabeleceram uma união estável. Na época, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estava em vigor desde 1992, decidia que os usuários da técnica de fertilização deveriam ser mulheres em união estável ou casadas. Em 2010, Mailton fez um intercâmbio na Canadá, onde conheceu outro casal gay que já tinha três filhos utilizando a técnica. Bastante interessado pela ideia, em janeiro de 2011 ele teve a notícia que esperava há muito tempo. O CFM mudou a resolução e decidiu que todas as pessoas capazes poderiam utilizar a técnica.

Segundo o juiz Clicério Bezerra, que possibilitou que a certidão de Maria Tereza tivesse o nome dos dois pais, esse caso é inédito e abre as portas para outros casais. “Eu tenho conhecimento, pela internet, que houve um caso de duas mulheres, fruto de um processo judicial. Nesse caso, é inédito porque são dois homens e foi feito administrativamente, diretamente no cartório, não necessitou de um processo judicial”, contou Bezerra.

Para Mailton, a decisão não aconteceu de uma hora para a outra. “Não foi algo de momento. Isso é fruto de uma relação que vem amadurecendo há 15 anos, com muito companheirismo. A gente está mostrando que a família pode ser muito mais do que um casal hetero. Que pode haver pai e pai e mãe e mãe também. Conquistamos o respeito através de tudo que construímos juntos”, falou.

No mesmo mês em que a resolução permitiu a fertilização, os dois procuraram uma clínica no Recife e começaram a fazer os exames. Todas as mulheres da família, entre irmãs e primas de Mailton e Wilson, se prontificaram a ajudá-los. Depois de exames, ficou decidido que uma prima de Mailton iria emprestar o útero para gerar a filha do casal. A família aprovou a iniciativa. “Hoje, Maria Tereza tem avó, avô, tias tios, todo mundo babando por ela. Nunca passamos por preconceito dentro de casa”, contou Mailton.

Os dois doaram espermatozoides para serem utilizados em óvulos de um banco de doadoras. Dessa primeira vez, foi utilizado um óvulo fecundado por Mailton. Os dois já pretendem, em breve, providenciar o segundo filho. “Próximo ano, nós já vamos colocar um garotinho, que vai ser o irmãozinho dela”, falou Wilson, que, desta vez, deve doar o material genético. Juntos, querem repetir a emoção do nascimento de Maria Tereza mais uma vez, descrita pelo pai emocionado: “Foi indescritível, não tem como explicar. Quando ela parou de chorar foi como se dissesse: ‘papais, agora estou segura’”, falou Mailton.