A ONG Girassol, amigos na diversidade é uma instituição que luta pelos direitos das minorias que acabam sempre ficando as margens da sociedade e da realidade social, estamos dispostos a disseminar um conceito na nossa região que não é tão novo, mas ainda é descriminado, fazendo com que essas pessoas sejam arrastadas aos guetos e a marginalidade.
Esse conceito de proteção às minorias de gênero, sexualidade e cultura ainda não são bem visto por uma sociedade estritamente machista e conservadora, porém pensamos que se as amarras da escravidão não fossem soltas ainda hoje viveríamos sob aquele pensamente escravista, e se mulheres não lutassem pelo direito de ter direitos no movimento feminista não veríamos mulheres ousadas e tão eficientes quanto os homens no mercado de trabalho e é assim com muitos grupos de áreas, lutas e conceitos tão diferentes.
Mas ao mesmo tempo ligados às lutas e causas das minorias sociais que buscam mostrar que são tão humanos quanto os realmente aptos a viver nessa sociedade utópica onde apenas ser branco, homem e ter dinheiro (ou posição social) pode se respaldar sob direitos que apenas defendem a eles e mais ninguém. O projeto da ONG é ousado para cidades de interior, mas essa é a causa que buscamos defender e não fugir e nos esconder atrás de espelhos que insistem em refletir o que apenas um grupo quer que seja o normal ou o possivelmente aceito.
Viemos respaldados pelo direito instituído no art. 5º da Constituição Federal que nos habilita como brasileiros, humanos, homens e mulheres, com direitos e deveres, vivendo sob as mesmas leis vigentes em todo o território brasileiro e, portanto podemos fazer uso dos mesmos direitos perante a lei. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]” (Extraído da Constituição Federal, Titulo II - capitulo I).
E ainda respaldados pelo projeto que abrange todo o território brasileiro intitulado Brasil sem Homofobia que tem como princípios básicos.
O Programa Brasil Sem Homofobia possui como princípios:
A inclusão da perspectiva da não-discriminação por orientação sexual e de promoção dos direitos humanos de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais, nas políticas públicas e estratégias do Governo Federal, a serem implantadas (parcial ou integralmente) por seus diferentes Ministérios e Secretarias.A produção de conhecimento para subsidiar a elaboração, implantação e avaliação das políticas públicas voltadas para o combate à violência e à discriminação por orientação sexual, garantindo que o Governo Brasileiro inclua o recorte de orientação sexual e o segmento GLTB em pesquisas nacionais a serem realizadas por instâncias governamentais da administração pública direta e indireta. A reafirmação de que a defesa, a garantia e a promoção dos direitos humanos incluem o combate a todas as formas de discriminação e de violência e que, portanto, o combate à homofobia e a promoção dos direitos humanos de homossexuais é um compromisso do Estado e de toda a sociedade brasileira. (Extraído do Projeto Brasil sem Homofobia – pg 11 e 12).
E protegidos pela lei Estadual nº 11.872, de 19 de dezembro de 2002 que dispõe sobre a promoção e reconhecimento da liberdade de orientação, prática, manifestação, identidade, preferência sexual e dá outras providências. Sendo assim entendemos que perante a sociedade são-borjense estamos tão protegidos na lei quanto qualquer outro brasileiro, mas ainda queremos que essa proteção seja real e igualitária não encoberta por um falso moralismo que apenas alavanca e fortalece o núcleo do preconceito e deixa que ele se mantenha vivo fazendo por ai ainda muitas vitimas, vitima da intolerância e da falta de conceito de humano.Professora
Assistente Social
Mestranda em Ciências Sociais
